Quando se fala em segurança cibernética uma das primeiras coisas que vem à mente da maior parte da população brasileira é a imagem do hacker. Aquela pessoa que invade sistemas e computadores com intenções de saquear dados sensíveis ou até mesmo paralisar sistemas em troca de alguma recompensa.
No entanto, é importante salientar que a segurança cibernética vai muito além disso, sendo uma disciplina encabeçada na maioria das vezes por desenvolvedores, analistas de bases de dados e profissionais de TI e que tem como objetivo implementar medidas práticas para proteger os sistemas e dissuadir as intenções dos atacantes.
Aqui é comum haver uma confusão entre o conceito de segurança cibernética e segurança da informação, mas é válido destacar que o primeiro está contido no segundo, com a licença para o trocadilho matemático, e é um dos campos de estudo dentro dele.
Desse modo, pode-se dizer que tudo de que trata a segurança cibernética é informação. A segurança cibernética em si, no entanto, se dá de forma mais prática, enquanto a segurança da informação se operacionaliza adicionando itens relacionados a aspectos estratégicos da organização.
Existem diversas possibilidades de atuação dentro desta área, então se você está pensando em seguir carreira em segurança cibernética, acompanhe este conteúdo até o fim e conheça as melhores práticas para se firmar em cada uma delas!
O que é segurança cibernética
Já sabendo que a segurança cibernética é uma ramificação da segurança da informação, entende-se então que se trata de um conjunto de ações para lidar com os riscos e proteger pessoas, tecnologias e processos contra ataques cibernéticos.
Esse tipo de ameaça é toda aquela que está compreendida no cenário do ciberespaço, o que não se restringe à internet e suas relações, mas também abrange o universo dos dispositivos eletrônicos interconectados.
Sendo assim, cabe aos cuidados dos profissionais responsáveis pela segurança cibernética estar atentos a tudo que diz respeito à internet, mas também ao compartilhamento de informações via HD externo, pen drive e qualquer outro dispositivo neste sentido que possa conter e transmitir algum tipo de vírus malicioso.
A proteção contra esse tipo de ameaça se dá principalmente de forma técnica, por meio de recursos sobre os quais iremos falar mais à frente, porém este não deve ser o único elemento levado em conta. Conforme já mencionado por diversos especialistas da área, o elo mais fraco da segurança da informação — e também da cibernética, por consequência —, é o ser humano. Ou seja, os profissionais desta área precisam conscientizar a todos de uma empresa, por exemplo, sobre as melhores práticas na definição e armazenamento de senhas, compartilhamento de informações sensíveis, verificação de endereços de e-mail etc.
Como acontecem os ataques cibernéticos
No Brasil não é incomum ouvirmos falar sobre isso, afinal é um dos países campeões quando o assunto são ataques cibernéticos. Somente no primeiro trimestre de 2020 — ano em que a pandemia de coronavírus levou uma grande parcela da população a abandonar os escritórios e implementar de forma completa a prática de home office —, mais de 1,6 bilhão de tentativas de ataques no país, enquanto na América Latina o número chegou a mais de 9,7 bilhões.
Um assunto fundamental quando se fala em ataques cibernéticos, cuja prevenção é o grande objetivo da segurança cibernética, o principal fator de risco é a exploração por parte dos hackers de vulnerabilidades da rede ou do sistema invadido. Algumas formas como essa invasão costuma acontecer são por meio de, segundo a Seginfo:
- problemas na qualidade do código;
- problemas de criptografia;
- vazamento de informações sigilosas;
- CRLF injection;
- cross-site scripting;
- acesso a diretórios restritos;
- validação de dados deficiente;
- SQL injection;
- falha no gerenciamento de credenciais de acesso;
- erros de “time” e “state” no sistema.
Neste sentido, eis alguns tipos de malware que podem vir por meio dessas invasões:
- vírus;
- worms;
- adware;
- ransomware;
- cavalo de troia;
- spyware;
- phishing;
- entre tantos outros.
E toda pessoa ou empresa está sujeita a passar por isso a qualquer momento, de modo que é preciso ocorrer uma conscientização no sentido da valorização da informação, seja ela pessoal ou do negócio, e da implementação de práticas seguras para protegê-la. Eis algumas tecnologias e/ou processos que podem ser utilizados para combater esses possíveis invasores:
- firewall;
- IDS / IPS;
- webfilter;
- VPN e voucher;
- antivírus;
- backup;
- e adequação às leis como a LGPD, o Marco Civil da Internet e às normas reguladoras do setor da informação.
Agora que você já sabe o que é segurança cibernética e quais suas principais aplicações e viu alguns exemplos de melhores práticas da área a serem aplicadas no dia a dia da sua empresa, confira algumas dicas finais sobre como iniciar e desenvolver uma carreira na área!
Carreira em segurança cibernética
Como mencionado anteriormente, o Brasil é um país onde o número de tentativas e de ataques consolidados em si cresce mais a cada ano. Em um cenário como este, não é de se estranhar que cada vez mais a segurança cibernética esteja sendo uma área procurada pelas empresas para ser desenvolvida contando com especialistas que garantam a segurança.
De forma resumida, os ataques puxam e funcionam como catalisadores de um processo de mudança de mentalidade e direcionamento de ações e esforços para a contratação de profissionais que possam combatê-los.
Desta forma, surgem novas vagas a cada dia e as empresas procuram profissionais qualificados, o que na área de tecnologia da informação ainda é uma raridade fazendo com que as empresas precisem disputar arduamente pelos talentos. No caso da segurança cibernética, confira alguns aspectos necessários aos candidatos ligados a esta carreira que merecem a sua atenção:
- entendimento de como reagir em crise cibernética e tempo rápido de resposta;
- disponibilidade para atuar sem horários definidos para estar disponível para a empresa quando qualquer emergência ocorrer;
- jogo de cintura e resiliência para solucionar eventuais ataques que chegam sem prenúncio e podem ameaçar a empresa.
Uma tendência que vem se desenhando neste sentido, muito em função da vigência da LGPD, é a de criação de novos cargos na área de segurança cibernética. Desde o DPO (Data Protection Officer), que será obrigatório em todas as empresas que se adaptarem à lei, passando por diversos outros analistas ao longo do caminho visando uma garantia maior de segurança dos processos e dados na ponta final do negócio.
Além destes, todas essas características que citamos anteriormente podem estar presentes ainda em outros quatro grandes grupos de profissionais da área, que são: Consultor de segurança, Analista de segurança da informação, Administrador de segurança da informação, Gerente de segurança da informação, Engenheiro de segurança da informação e Arquiteto de segurança da informação. A responsabilidade principal atribuída a todos estes cargos é a de executar testes e desenvolver aplicações para garantir o impedimento e ameaças e a proteção da empresa.
No entanto, para além disso, muitas outras atividades integram a sua função. Confira no detalhe o que um profissional desta área costuma ter como responsabilidades no dia a dia e entenda se é este o caminho que você deseja seguir.
Importante lembrar que a busca por capacitação tende a ser o melhor caminho dentro da carreira em segurança cibernética. Isso porque não há uma única formação acadêmica que possibilite a atuação nesta área. Qualquer profissional pode desenvolver habilidades e aptidões para a execução destas funções no dia a dia a partir da própria experiência, ou também de cursos curtos e qualificados que tragam vivência do mundo real; leituras; acompanhamento de palestras etc.
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Fonte: https://esr.rnp.br/blog/seguranca/seguranca-cibernetica-melhores-praticas-e-carreira/